Num jogo a contar para a 3ª jornada, o Sporting superiorizou-se a uma Académica que poucos argumentos demonstrou durante o decorrer dos 90 minutos. Com o resultado final de 1-3, o Sporting acabou por ficar sem treinador no banco de suplentes depois de Jorge Jesus ter sido expulso posteriormente a dois casos de arbitragem que levantaram bastantes dúvidas.
Entrada à Jesus
Depois de um empate frente ao Paços de
Ferreira e de uma derrota contundente frente ao CSKA de Moscovo que fez
com que o Sporting fosse eliminado da Liga dos Campeões, Jorge
Jesus queria que a equipa demonstrasse aquilo que vale de forma a dar a
volta aos resultados menos positivos e continuar nos lugares mais
cimeiros da Liga Portuguesa. E foi exactamente isto que
aconteceu, com as entradas de Esgaio para o lugar do suspenso João
Pereira e de Mané em detrimento do fatigado Bryan Ruiz, o Sporting
conseguiu surpreender a turma de Viterbo e apostar tudo na pressão alta
desde os primeiros minutos de partida.
A Académica apostou num 4x4x2 que tentava
acabar com o princípio de construção por parte de João Mário e de Adrien
mas esta jogada de banco acabou por não sair da forma pretendida visto
que o bloco mais avançado dos estudantes não pressionava o suficiente
para incomodar o pautar do ritmo do Sporting. Foi a partir desta
inactividade da Académica que os leões começaram a aparecer muito perto
da área de Lee. Aos 8 minutos num passe de ruptura do capitão
leonino Adrien, Mané surge nas costas da defesa da Académica e remata
cruzado para o fundo das redes inaugurando assim o marcador no Estádio Cidade de Coimbra. Era aquilo que Jorge Jesus pretendia.

Meter a segunda mudança
Nos recentes jogos do Sporting da era de Jesus uma das lacunas principais foi sem dúvida a dificuldade em marcar o segundo golo que tranquilizasse a equipa no jogo. E, novamente, estava-se a voltar ao mesmo episódio de não conseguir marcar. Primeiro, João Mário
no princípio da grande área atira à figura de Lee, depois de uma grande
jogada colectiva por parte da equipa de Alvalade, e mais tarde
Jefferson num remate de longe ia avisando que o Sporting queria mais e
não se limitava a gerir o jogo. Numa combinação exímia entre Teo Gutierrez e Carrillo, o peruano acabou por fazer um passe que sofreu um desvio em Fernando Alexandre e sobra para Slimani que à matador não pensou duas vezes e colocou, num chapéu, a bola por cima de Lee fazendo o 2-0 e colocando a Académica numa posição de descrença perante o resto do jogo.
Intervenção da terceira equipa
O jogo corria de feição à equipa do Sporting que continuava a carburar como se fosse o príncipio do jogo
o que levava a uma notória baixa de rendimento da Académica que não
encontrava forma de ultrapassar a alta pressão dos leões. Viterbo a
partir do banco percebeu esta falta de atitude da equipa e mudou o
sistema para um 4x3x3 para um maior fluxo ofensivo pelas aulas tendo
como maestro de jogo Leandro Silva. Foi exactamente este jovem jogador,
emprestado pelo Porto à Académica, que surgiu um lance polémico na área
do Sporting. Numa bola que sobra para o lado esquerdo da defesa do
Sporting, Leandro Silva tenta-se antecipar a Adrien mas o médio leonino parece cortar a bola e não no médio da Briosa. Contudo,
Bruno Esteves, o árbitro da partida, depois da indicação do
fiscal-de-linha, apontou para a marca de grande penalidade. Rabiola sem
qualquer tipo de dificuldade bateu Rui Patrício e voltou a colocar a
Académica em jogo.

Poucos minutos depois, num jogo que estava a tornar-se quente devido aos protestos do Sporting, Slimani
numa jogada de insistência entra na área da Académica e é travado por
João Real. Pelas imagens parece que Real chega primeiro à bola e depois
toca inevitavelmente no argelino o que leva a avaliar a decisão do árbitro como correcta. Precisamente depois desta jogada, Jorge Jesus dirige-se ao fiscal de linha e profere algumas palavras que lhe valem a automática expulsão e ida para a bancada acompanhado pelo presidente Bruno de Carvalho. O jogo estava lançado.
Posse, controlo e resolução
A segunda parte iniciou-se com a Académica a ir mais para cima do Sporting numa tentiva de recuperar a bola enquanto Naldo e Paulo Oliveira
tentavam sair com a bola em posse. Mas os leões nunca se desorganizaram
e apesar de não terem o ritmo de jogo tão elevado como na primeira
parte, conseguiram em certas partes do jogo revelar a calma necessária
para controlar o jogo, precisamente aquilo que faltou contra o CSKA na
quarta feira passada. Sem poder culpar o treinador da Académica por arriscar mais, principalmente quando tirou Obiora e meteu Hugo Seco, a verdade é que a
Académica nunca conseguiu assustar o Sporting tendo as melhores
ocasiões caído para os jogadores leoninos como Teo ou João Mário.
Se este último se tem relevado no patrão da equipa no jogo ofensivo, hoje Adrien
não teve nos seus dias com muitos passes falhados, para além de certas
movimentações que pareceram demasiado displicentes para a qualidade que
tem o capitão do Sporting. Para piorar tudo, aos 69
minutos teve nos seus pés a oportunidade de finalizar o jogo e converter
uma grande penalidade, o que não veio a acontecer visto que o Adrien atirou a bola ao poste da baliza defendida por Lee. O
discernimento e falta de experiência de certos jogadores do Sporting
poderiam fazer tremer a equipa verde e branca mas do outro lado estava
uma equipa que não possuía muito mais argumentos que a força de
vontade.
A frieza italiana
Finalizar o jogo, era tudo aquilo que Jorge Jesus deveria querer dos seus jogadores
que continuavam a dar ânimo à Académica falhando algumas oportunidades
claras. Contudo, a aposta em Aquilani e Ruiz tentou dar mais força ao
meio campo leonino que apenas com 2 jogadores poderia ficar despovoado.
Foi graças ao meio campo trabalhador
constituído por João Mário, Adrien e Aquilani que o Sporting conseguiu
dar a última carta no jogo. Slimani sozinho frente a dois defesas da Académica entra na área e acaba por ser puxado e derrubado por Fernando Alexandre.
Bruno Esteves aponta para a marca de grande penalidade e expulsa o
médio Fernando Alexandre. Quando tudo fazia crer que seria novamente
Adrien a converter a grande penalidade, Jesus a partir da tribuna
presidencial entra em contacto com os seus adjuntos e encarrega Alberto Aquilani da conversão. O italiano, experiente como é, com calma e frieza rematou para dentro da baliza e colocou um ponto final no jogo.

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